Numa caixinha de botões em que guardo minhas saudades
Achei um botãozinho de cor translúcida
Parecia um daqueles desfigurados vendidos em Santarém
Que servem pra enfeitar a lapela,
Mas logo vi, não era botão, mas um choro que se cristalizou num gérmen
Um amor platônico que ficou assim, videlicet
Que me fazia sonhar a cada sinal dos badalos, ah!
Até eu acordar de susto e trocar os desejados beijos por alguma fórmula mágica...
Transitei pelo ventre desse sonho que me fez chorar
E que só existe ainda porque nunca virou realidade,
Pois os sonhos que descem a este mundo esmigalhado
Nunca duram mais do que o tempo
Necessário para que possamos engoli-los avidamente,
E Encontrarmos novos sonhos na madrugada seguinte.
Só posso dizer que não há como lamentar
Amo-te ó inércia capitular que me rema lentamente como um charrua
Há o que mais se possa pedir desse bom viver?
Mais e mais devaneios
De cores vibrantes, reais como minha própria loucura que os embala
Dez ou cem, quem se importará lá nos confins do meu calvário?
Anos embebidos de quimeras e utopias não deixarão, enfim, de contar no calendário dos pagãos sem poesia...
Jaisson
Maio 2008.
Um comentário:
Oi! Td bem contigo, meu amigo?
Adorei este poema! Pretendo ler todos, degustando aos poucos como bom vinho. Não prive o mundo de tuas idéias férteis e cheias de sensibilidade; compartilhe conosco!Vc é um cara esperto e inteligente.
Continue neste caminho de sucesso! Um abração!!!
Postar um comentário