Dorme vento
Não sopra assim
Me embale cá pois,
A noite sempre enxuga
O pranto que o dia enruga.
Coração já sem rédeas
Galopando gracioso
Pisando daninhas
Com ar jocoso.
Plantas de dor sem fim
Uma arde, paixão
Outra rompe, ah rancor,
Quantas coçam, saudades
Todas voltam, mais rápido
Quando indolentemente desbaratadas
Pelas patas canhestras da razão
Ah campo ardiloso e vil
Que guarda mil corações sepultados
Mortos e descaroçados
Por um deleite de prazer.
Ah campo estranho e perigoso!
Semeado à noite, com gozo
por um coveiro intrépido
chamado amor.
Jaisson
Maio 2008
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