quinta-feira, 15 de maio de 2008

Deserto dos corações que amaram


Dorme vento

Não sopra assim

Me embale cá pois,

A noite sempre enxuga

O pranto que o dia enruga.

Coração já sem rédeas

Galopando gracioso

Pisando daninhas

Com ar jocoso.

Plantas de dor sem fim

Uma arde, paixão

Outra rompe, ah rancor,

Quantas coçam, saudades

Todas voltam, mais rápido

Quando indolentemente desbaratadas

Pelas patas canhestras da razão

Ah campo ardiloso e vil

Que guarda mil corações sepultados

Mortos e descaroçados

Por um deleite de prazer.

Ah campo estranho e perigoso!

Semeado à noite, com gozo

por um coveiro intrépido

chamado amor.


Jaisson

Maio 2008

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