sexta-feira, 2 de maio de 2008

Soneto da tristeza

Quero beijar a dama em solilóquio
E jogar fora os amores e saudades
Que ainda povoam meus bolsos.
E declaram minha mágoa.

As águas em que durmo são sinceras
E soluçam o tempo devagarzinho
Levando aos poucos os retalhos
Com que costuro meu viver.

Pergunto ao meu vaso de begônias
Se ele sabe explicar como se renasce.
Calou-se como quem desdenha pergunta inocente de criança.

Escondi-me da luz que recobre os felizes do mundo
Mas o clarão quis me abençoar e clareou
Então sorri. E no bandolim, o choro cantou.


Jaisson
Dez 2007.

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