quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Em 7 dias morrerá o amor



O amor engasgou
Bebeu muito ligeiro
Eu avisei!
Trago de paixão é amargo,
Desce ardendo,
Capaz de matar vivente tão moço!

Chamem os paramédicos,
Ele teima em não respirar,
Não há padre nem corneteiro
O amor quer é um beijo
Bicho vivido que é.

O amor está a se esvair,
O coração é um trem parando,
Em vazia estação.

O vigário desistiu,
O doutor desenganou
Tudo está lascado
Disse o cético pastor.
A cigana o cobrou,
A polícia? (ainda não veio)
Os bombeiros alegraram a noite
Mas sem fogo nada se pode apagar...

E lá no fundo a tia Joana
(que é mãe sabia e decorosa)
Disse sem dó:
Mandem chamar aquela moça!
Sem beijo, não há mais o que fazer.
Porque sem o caldo daqueles lábios
Dou sete dias no más
E podemos enterrar e benzer.


Jaisson
Agosto 2008

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