quinta-feira, 24 de julho de 2008

Jardineiro dos Egos


Sou braço que revira terra,
Colhe ramas,
Lança sementes
De discórdia nos egos alheios.

Piso, arremato.
Arranco erva-braba,
Rego begônias
Aparo capim-do-mato.
Pra não deixar crescer muito
As Flores de desejo cru
Nascidas no febril regato.

Caço pragas daninhas
Deleites, gozos e traumas.
Cisco e capino o terreno
Onde o temor vira veneno
Onde o suor vira sabor.

Cavo o nervo da tua dor
Lá no fundo jogo cal.
Desenho rimas cheirosas
Com a pá de corte
Pra não te deixar à mercê da morte
Nos canteiros encantados
Dos teus sonhos desavergonhados
Tão nus.

Sou jardineiro
Coveiro
(alcoviteiro?)
Super
Ego
Eu.


Jaisson
(irrequieto)
2008-07-24

Nenhum comentário: