quarta-feira, 11 de março de 2009

O vôo de Oraci.



Injusto Minos, criou destino
Mas assim fazendo
Logrou dar ao homem asa indomável
Fazendo da fúria passagem aos céus
E do flerte com o Sol
Amor.

Há quem voe sereno a toda vida
Mas tão perto do chão
Não vão saber nada dela.
O olho do homem é inútil
Se não puder ver tudo
Do céu.

(O herói não é aquele que é eterno
Planando raso, de tédio.)

Impávido filho, ousou desatino
Mas assim agindo
Domou os ares do vento impérvio
Luzindo, como sentinela dos tempos
Tal o furor do seu seio,
Sonho.

Houve então única’lma a coser
Tão fino cetim de tom célico
Feito da pele que cobre as abóbodas,
Do firmamento arrancada
Pelas mãos daquele foi colhido da queda
Pelo mar.

(O herói é o que sabe ser finito
Fazendo da arte, o remédio.)

Rompeu-se em águas profundas
Asas em pedaços pela orla...
“Pobre novel, tão imprudente!”
Diziam os fatigantes de sempre.
Vil censura de quem não viu
O real laurel.

Na areia fina lhe aguardava, pacata
Alma moça para socorrer,
E encantou-se, tão belo pano
Segurava firme o moleque dos céus.
Ah, face sutil ele viu, quando acordou
Sorriso dela.


E então, dizia o aedo inspirado pelas Musas
Cada coisa virou um tudo:


Celebrou o amor do céu:
Encontrar sonho pelo mar!
Pois verdadeiro e real laurel
Era o sorriso daquela
A marejar,
A Amar,
O amor.
(Morena.)




Jaisson.
Ao amigo Icaro. O mais novo náufrago do mar, do amar.

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