Poetas também comem
Mas ao absorverem cada um dos sabores
Metabolizam o risco de cada gosto
Para temperar a eucaristia santa
De cada estrofe.
Poetas também admiram o belo
Mas a beleza que vêem
É aquela que torna a vida irrequieta
Entre o brilho proibido do infinito
E o sopro quente que sustenta uma vida.
Poetas também fazem sexo
Mas dissipam em tramas absurdas
Toda a incapacidade de entender
A destemperança natural
Diluída no soluço intermitente do gozo.
Poetas também morrem
Mas como todos, não gostam de morrer
Eles sabem que a morte é o fim do sentir
Não poder nem ao menos sofrer ou doer
E não sentir, para o poeta
É ver a poesia andante encontrar a única eternidade que nos é permitida:
O não mais.
Jaisson
Fev. 2008
2 comentários:
Como te disse... O fim pode ser apenas o começo... e, não se sabe ao certo se existe mesmo um fim...
Já o vazio, este sim existe e existe dentro de mim...
Beijo
adorei
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