segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Dialética do maior amor

Este não é um poema de amor.
Já há muitos e tão mais belos nesse mundo!
Sublimes como este nunca será.
É um poema sobre circunstancialidades
Do querer possível:
Querer olhar sem a queimadura do toque
Beijos sem a tempestade de instintos
Palavras trocadas no vácuo
de uma noite repartida em mil pedaços.
Doar-se como a onda que viaja no Oceano aberto
E ver a felicidade como espelho da satisfação
De outros olhos
Que não os teus.
Criar um mundo vivo
Que não pára de mudar
Gira, gira e se rebela
Ser a nascente da metamorfose
Guiando um rio que vai correr
Por entre o espaço suado do laço feito das nossas mãos.
É a fagocitose do medo,
Que se faz a dois
O desterro do cotidiano
Redescoberto com a lembrança das primaveras
Temperado com o som do galope febril
De dois corações confidentes.
A estrela da manhã em pose desnuda
O caldo cinza do resto que sobrou da noite
Escorrendo açucarado pelas cordas firmes
Do nosso querer sempiterno.
A marca insolúvel de um compromisso sem leis
Sem contrato ou hora marcada
Assinado por duas almas
Que cuidam uma da outra
Sem cobrar.
E transformam o mundo
Dando corda na sua verdadeira engrenagem.

Jaisson.
Inspirado por um amor sem circunstâncias.
Nov. 2008.

3 comentários:

Chico Cougo disse...

Já tava sentindo falta!!

Parabéns pelo ótimo poema!

Chico

Anônimo disse...

It's a love that lasts forever,
It's a love that has no past...

(enquanto dávamos corta ao relógio do mundo)

"Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se encontrem nele desde o primeiro instante como os pássaros nos ombros de São Francisco de Assis" A insustentável leveza do ser, Kundera, p. 63

Anônimo disse...

Tão apropriado pra esta noite. Diz tanto.