Abrigou o mundo
Na eterna e espessa tinta.
(que embebia sua alma)
(que embebia sua alma)
Mas suas cores
Encontraram o Tempo.
Tudo virou palidez habitual.
(Alma também envelhece)
(Alma também envelhece)
E eis que então:
Os estridentes clarins
cantarolaram o hino do pretérito
O poeta então reviveu a si próprio
(Não mais pintou, aprendera a cantar)
(Não mais pintou, aprendera a cantar)
Mas a vida passará
Não há remédio que não a canção
Suas cunhas, ecos e rimas no mesmo passo
(Também passarão)
(Também passarão)
Jaisson
Nov. 2008.
Nov. 2008.
Um comentário:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
Um poeta
abrigou meu mundo...e tb meu coração.
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