domingo, 13 de setembro de 2009

Vir, voltar; virar, voar?

Os poetas se mostram exatamente nos pequenos momentos onde a poesia se cala. Quando os versos se reefetuam no cálido e quieto devir de uma leitura casual, vez por outra brilha um lampejo das verdades do mundo, tão rápido quanto o clarão de um raio. E então, daquela instantânea e cintilante profusão de cores, dentro daquela bela fração de segundo, tudo se faz novamente num caldo escuro.
Assim também é que os poetas acabam sendo. Se mostram só assim, nessas passageiras luzes bruxuleantes que volta e meia nos pegam desprevenidos nas poesias. E depois somem. Dos poemas e às vezes da poesia também. Esse meu inverno foi assim, quase sem poesia, porque alguns clarões foram tão fortes que me deixaram momentaneamente cego e incapaz de colher borboletas, encontrar as chaves, cultivar begônias...
Esta é uma prova de que a poesia é mesmo manhosa, irrepreensível, indomável. Até mesmo aquelas mais feinhas, que jamais alcançarão um sonho sequer de beleza, como estas que aqui constam em coloridas listas.
A noite está de volta, para aqueles que nela costumam procurar pela vida, ao invés de desistir dela em espasmos.

Jaisson.

2 comentários:

Charlie Dalton disse...

A poesia costuma vir quando não há poesia no momento. Bem sacado, poeta! :)

Leandro disse...

Gostei muito!